Quando vc vai surfar a onda ou pilotar o vento o importante é se manter nesses fluxos e tirar o maior proveito possível. Isso é como o sucesso: o importante é pilotar o sucesso.
Na modernidade o importante era ter êxito para passar para um outro nível - êxito como diretor pra virar superintendente. E vc traçava a estratégia para atingir os seus objetivos. A disciplina é sempre um meio para atingir um fim estratégico. Vc estava sempre saindo de um patamar qdo tinha êxito para passar para um patamar superior, sempre recomeçando.
No controle o principal é pilotar, governar. Se vc esta na onda do sucesso vc precisa de táticas para explorar a onda, vc precisa ficar na onda. O sucesso não tem finalidade ou além: trata-se de explorar o fluxo. Repetir o que fez sucesso ilimitadamente: várias sequências do q faz sucesso, refilmagens do sucesso.
Na TV, as novelas tinham um fim previsto, era a saga de um indivíduo contra as deformações até a vitória final do herói. Seinfeld, Friends, eles não tem saga nem história. Os personagens sequer tem personalidade. Eles tem um certo estilo e esse estilo deve se repetir nas mais deferentes situações. Pura tática sem estratégia, pq não se trata de ultrapassar nada em direção a coisa alguma mas de ficar na onda, pilotar o sucesso.
Por isso o importante é medir o risco, o risco é sempre de perder a onda, deixar o sucesso. Os manifestantes de Seattle queriam ocupar a rua e trancar a entrada da reunião da OMC. Eles tinham de pilotar isso. Uma das táticas: processar em paralelo o sit in. Um pequeno grupo faz o sit in, enquanto vários outros grupos fazem outras coisas em volta. A polícia luta q nem uma doida pra desalojar os caras do sit in. Mal eles conseguem um outro pequeno grupo reocupa o lugar do antigo grupo. A tarefa se torna sisífica, sem fim, ilimitada.
É o sucesso q comanda hj a ação e pro sucesso vc só precisa tática pra se manter no sucesso.
Potência da Comunicação, Poder da Informação, Multidão, Império, Trabalho Imaterial, Capital Social, Ciclo de Lutas, Comunicação em Rede, Redes sem Fio, Redes Mestiças, Tecnologias da Cooperação, Guerra em Rede, Guerra da Informação. Power of Communication, Government of Information, Multitude, Empire, Immaterial Work, Social Capital, Cicle of Strugles, Network Communication, Wireless Network, Mesh Networks, Technologies of Cooperation, Netwar, Infowar.
2.4.06
Em Toronto LCD, WideScreen e HDTV
Não sei se o q tá rolando aqui é parâmetro para o Brasil, mas na América do Norte a HDTV vai de vento em popa. O fato é q a HDTV é compatível com a EDTV, mas a EDTV não é compatível com ela. A EDTV é uma adaptação analógica da TV cabeada para fazê-la interativa via Internet. A HDTV é digital. Aqui o treco do momento são TVs LCD widescreen HDTV a preço de banana. Vc compra uma WD HDTV 29" por $500,00 CND. A viewsonic é um su pq funciona como TV ou Monitor. Aí vc faz um plano Rogers/bells de TV digital de alta definição e tem uns 20 canais ppv com filmes, shows, esportes q vc programa do jeito q quiser pois são completamente customizaveis. Fora isso vc tem toda aquela tralha dos planos de TV a cabo mas pode customizar tb. O q faz a diferença no preço é a quantidade de horas q vc pode customizar: 60, 80 ou 120. Sem falar q vc tem toda semana uns 10 filmes recém lançados e sem dvd q vc pode programar sem ser ppv. O plano básico com uns 71 canais é $25,00 CND. Por outro lado a TV via satélite no celular se banalizou. Tem tb videoclub via celular ou IPOD. Em matéria de conteúdo os meios estão se confundindo.
7.3.06
A Resistência Sem Líderes
Muita gente acha que essa história de milícias não se pode aplicar ao Brasil. Com certeza, pois as milícias não fazem parte de nossa história. Lampião é bando, banditismo e insurreição; não é sedição. Mas eu falei das milícias pq ali começava a se desenvolver a organização sem líder, operando pela comunicação interativa distribuída. E milícia é revolução de rico, mui apropriado à pós-modernidade.
Outros reclamaram que não peguei um exemplo brasileiro, e que esses exemplos dos estados unidos não interessam pq não servem para nós. Muita gente que trabalha com a cibercultura acha que o importante é a tecnologia comunicacional, a cultura seria secundária. Dei exemplos dos EUA pq queria falar do movimento que nasceu em Seattle em 1999 e estancou com a explosão das torres da OMC em NY.
Poderia ter dado o exemplo do Zapatismo que é considerado pelos militares e pelos militantes um exemplo de resistência sem líder. Foi no Zapatismo que Seattle engatinhou; pois pela primeira vez a segmentaridade das organizações em rede podia ser ultrapassadas por um movimento maior, uma grande onda.
O EZLN fala todo o tempo em insurreição e não em sedição. Mas o motor do Zapatismo é a confluência de várias redes que se conectam criando uma grande rede produtiva.
Outros reclamaram que não peguei um exemplo brasileiro, e que esses exemplos dos estados unidos não interessam pq não servem para nós. Muita gente que trabalha com a cibercultura acha que o importante é a tecnologia comunicacional, a cultura seria secundária. Dei exemplos dos EUA pq queria falar do movimento que nasceu em Seattle em 1999 e estancou com a explosão das torres da OMC em NY.
Poderia ter dado o exemplo do Zapatismo que é considerado pelos militares e pelos militantes um exemplo de resistência sem líder. Foi no Zapatismo que Seattle engatinhou; pois pela primeira vez a segmentaridade das organizações em rede podia ser ultrapassadas por um movimento maior, uma grande onda.
O EZLN fala todo o tempo em insurreição e não em sedição. Mas o motor do Zapatismo é a confluência de várias redes que se conectam criando uma grande rede produtiva.
3.3.06
Internet: A busca por 15 manés pra liderar
A idéia de uma organização sem líderes vem da experiência da sedição americana, quando os founding fathers dos US barbarizavam os inglêses, fazendo o Bin Laden parecer uma velhinha pacata. A sedição é a revolução dos ricos e bem nascidos - ao invés de insurreição - uma revolta imanente de duração ilimitada onde os revoltosos tornam a vida dos dominantes insuportável. Na sedição os revoltosos se distribuem em pequenos grupos de células e se comunicam anonimamente com os demais grupos através de panfletos e comunicados. Todos são aparentemente pacatos fazendeiros e homens de negócios, mas se preciso fazem atentados, sabotagens e etc. Esse modêlo de revolta gerou a permissão das milícias na constituição dos EUA - e os black panthers surgem na política americana quando Malcom X e outros 9 negros formam uma milícia legalmente constituída.
O Coronel Ulius Louis Amoss reinventou a organização sem líder nos anos 60 como forma de resistência à dominação do Estado e ao perigo de invasão comunista sob a forma de uma resistência sem líder. Nos anos 90 o porta voz do grupo nação ariana Louis Beam, escreveu no número 12 do jornal ilegal The Seditionist o artigo Leaderless Resistance, onde explica o conceito desse tipo de organização e ensina o seu funcionamento. Uni Bomber (Theodore Kazinski) e Timothy Mcveigh são dois exemplos desse tipo de resistência sem líder.
No final dos 90 a batalha de Seattle revelou a emergência de uma forma ainda + radical de resistência sem líder, fundada no uso da comunicação em rede, os dispositivos móveis sem fio e uma nova forma de distribuição em grupo. Starhawk tematiza esse novo tipo de organização em seu livro Webs of Power apontando a Direct Action Network como a responsável pela criação do ativismo atual.
Uma das características da comunicação distribuída em redes interativas é o modo sem líder de organização. Isto pq esse tipo de comunicação permite a proliferação ilimitada de grupos e de lideranças, fazendo com que nela vc esteja sempre procurando liderar algo; em busca dos 15 liderados de sua comunidade virtual e não em busca de seus 15 minutos de fama.
Quem aponta isso é o dublê de escritor e empresário David Weinberger em seu livro Small Pieces Loosely Joined. Por falar nisso, existe um blog do livro com uma parte onde é contada a história da experiência de escrevê-lo.
A Internet é um lugar para a massificação da liderança, nela popularidade é secundária, pois ja foi massificada pela TV. Na Internet vc quer 15 manés pra liderar e não 15 minutos de fama.
O Coronel Ulius Louis Amoss reinventou a organização sem líder nos anos 60 como forma de resistência à dominação do Estado e ao perigo de invasão comunista sob a forma de uma resistência sem líder. Nos anos 90 o porta voz do grupo nação ariana Louis Beam, escreveu no número 12 do jornal ilegal The Seditionist o artigo Leaderless Resistance, onde explica o conceito desse tipo de organização e ensina o seu funcionamento. Uni Bomber (Theodore Kazinski) e Timothy Mcveigh são dois exemplos desse tipo de resistência sem líder.
No final dos 90 a batalha de Seattle revelou a emergência de uma forma ainda + radical de resistência sem líder, fundada no uso da comunicação em rede, os dispositivos móveis sem fio e uma nova forma de distribuição em grupo. Starhawk tematiza esse novo tipo de organização em seu livro Webs of Power apontando a Direct Action Network como a responsável pela criação do ativismo atual.
Uma das características da comunicação distribuída em redes interativas é o modo sem líder de organização. Isto pq esse tipo de comunicação permite a proliferação ilimitada de grupos e de lideranças, fazendo com que nela vc esteja sempre procurando liderar algo; em busca dos 15 liderados de sua comunidade virtual e não em busca de seus 15 minutos de fama.
Quem aponta isso é o dublê de escritor e empresário David Weinberger em seu livro Small Pieces Loosely Joined. Por falar nisso, existe um blog do livro com uma parte onde é contada a história da experiência de escrevê-lo.
A Internet é um lugar para a massificação da liderança, nela popularidade é secundária, pois ja foi massificada pela TV. Na Internet vc quer 15 manés pra liderar e não 15 minutos de fama.
13.2.06
Petição pede abertura do debate da TV digital
Segue uma petição que ta rolando na Internet pedindo a interrupção da decisão sobre a TV digital e a abertura do debate para a sociedade brasileira. Pelo texto da petição a Globo e o Ministro querem o modelo japonês (TV no celular). Vou publicar ela e seus links abaixo.
Por um Sistema Brasileiro de TV Digital de Interesse Público
assine essa petição,
veja as assinaturas.
To: Governo Federal Brasileiro
PELA INTERRUPÇÃO IMEDIATA DAS DEFINIÇÕES ACERCA DO SISTEMA BRASILEIRO DE TV DIGITAL, PELO AMPLO DEBATE SOBRE O TEMA COM A SOCIEDADE E A FAVOR DE UMA TV E RÁDIO DIGITAIS A SERVIÇO DO INTERESSE PÚBLICO
Sem a necessária participação da sociedade civil, o Brasil parece caminhar para um dos momentos mais importantes dos últimos anos: a definição sobre o processo de digitalização da transmissão e recepção dos sinais da TV e do Rádio. Dependendo das definições acerca do Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD), o processo de digitalização pode dar ao Brasil uma TV e um Rádio mais democráticos, com a multiplicação de emissoras, garantindo mais pluralidade e diversidade na mídia brasileira, mas pode também aprofundar a já exagerada concentração dos meios de comunicação, na qual duas redes dominam 75% da audiência e oito grupos monopolizam os canais abertos de televisão. As escolhas feitas a partir de agora também podem garantir a promoção do maior programa de inclusão digital da história do país, levando para 96% das pessoas que assistem TV recursos da Internet, especialmente os serviços públicos, mas também podem manter a televisão apenas como aparelho receptor, sem possibilidades de interatividade, em um país em que 78,5% dos domicílios não têm acesso à rede mundial de computadores.
O SBTVD, a depender das definições do governo, pode desenvolver a indústria nacional e fazer com que deixemos de transferir para os países desenvolvidos as riquezas nacionais sob a forma de pagamento de royalties, mas também pode aprofundar o déficit comercial na balança de eletroeletrônicos, que chega a US$ 8 bilhões por ano.
JOGOS, TRAPAÇAS E A RELAÇÃO PROMÍSCUA ENTRE O MINISTRO DAS COMUNICAÇÕES E AS ORGANIZAÇÕES GLOBO
No dia 31 de janeiro, em audiência realizada na Câmara dos Deputados, em Brasília, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, defendeu abertamente os interesses do maior grupo de comunicação do país, as Organizações Globo. Segundo o ministro, o chamado “padrão japonês” (ISDB) é o melhor e mais apropriado para o Brasil. A mesma defesa, com os mesmos argumentos, é feita pela Rede Globo em documentos públicos. No Jornal Nacional do mesmo dia, em evidente orquestração, uma matéria sobre o assunto abordou a escolha do padrão japonês como algo inevitável, colocando as demais opções como não adequadas ao Brasil e ao seu futuro. Numa demonstração explícita de chantagem pública, o ministro afirmou que o presidente Lula está com “a bola na marca do pênalti e que a depender da escolha, pode fazer um golaço”. Como pano de fundo das frases de efeito de Hélio Costa estão os interesses privados da Globo e as eleições 2006. A sociedade precisa ter clareza dessa relação.
A Globo e seu mais dedicado ex-funcionário Hélio Costa tentam convencer a população de que a grande questão está na mobilidade e na portabilidade da TV Digital, ou seja, na possibilidade da TV ser transmitida para celulares e terminais em veículos em movimento. Com o discurso de que somente o padrão japonês atenderia a essas demandas, o que não é verdade, desvirtua as questões centrais envolvidas no tema e volta a colocar em debate a definição entre os três padrões (japonês, europeu e norte-americano), tentando retirar da pauta elementos desenvolvidos por diversos consórcios de pesquisa no país.
Não é aceitável que uma empresa que se beneficia comercialmente de uma concessão pública possa utilizar-se do alcance de sua emissora em todo território nacional para pautar a sociedade com informações distorcidas e mentirosas. Não é possível que a classe política, em nome de mais um mandato, se curve às chantagens editorializadas feitas por veículos de comunicação que, caso queiram, podem destruir a imagem de um candidato. Não é aceitável que o país perca mais uma chance para democratizar a comunicação, promover a sua diversidade cultural e incentivar o desenvolvimento do parque industrial nacional no setor que vem se constituindo como o mais importante da economia mundial. Não é aceitável que mais uma vez a sociedade seja alijada do processo de decisão sobre as questões relativas à comunicação, esfera da vida pública fundamental para a formação de valores e idéias, assim como para a circulação da produção cultural nacional.
É EM NOME DO INTERESSE PÚBLICO, DA DEMOCRACIA E DA TRANSPARÊNCIA QUE A SOCIEDADE EXIGE DO GOVERNO FEDERAL E DO CONGRESSO NACIONAL A DISCUSSÃO IMEDIATA DO TEMA DE MANEIRA AMPLA E TRANSPARENTE, COM PARTICIPAÇÃO ATIVA DA SOCIEDADE CIVIL ORGANIZADA, POR MEIO DE AUDIÊNCIAS E CONSULTAS PÚBLICAS, SEMINÁRIOS E O FUNCIONAMENTO EFETIVO DO COMITÊ CONSULTIVO. EXIGIMOS O ADIAMENTO IMEDIATO DE QUALQUER DEFINIÇÃO EM RELAÇÃO À TECNOLOGIA A SER ADOTADA, JÁ QUE, SOB O PRISMA DO INTERESSE PÚBLICO, NÃO HÁ QUALQUER MOTIVO JUSTIFICÁVEL PARA A PRESSA EM TAIS DECISÕES.
Sincerely,
assinaturas.
Assine essa petição.
Mande essa petição para um amigo.
Por um Sistema Brasileiro de TV Digital de Interesse Público
assine essa petição,
veja as assinaturas.
To: Governo Federal Brasileiro
PELA INTERRUPÇÃO IMEDIATA DAS DEFINIÇÕES ACERCA DO SISTEMA BRASILEIRO DE TV DIGITAL, PELO AMPLO DEBATE SOBRE O TEMA COM A SOCIEDADE E A FAVOR DE UMA TV E RÁDIO DIGITAIS A SERVIÇO DO INTERESSE PÚBLICO
Sem a necessária participação da sociedade civil, o Brasil parece caminhar para um dos momentos mais importantes dos últimos anos: a definição sobre o processo de digitalização da transmissão e recepção dos sinais da TV e do Rádio. Dependendo das definições acerca do Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD), o processo de digitalização pode dar ao Brasil uma TV e um Rádio mais democráticos, com a multiplicação de emissoras, garantindo mais pluralidade e diversidade na mídia brasileira, mas pode também aprofundar a já exagerada concentração dos meios de comunicação, na qual duas redes dominam 75% da audiência e oito grupos monopolizam os canais abertos de televisão. As escolhas feitas a partir de agora também podem garantir a promoção do maior programa de inclusão digital da história do país, levando para 96% das pessoas que assistem TV recursos da Internet, especialmente os serviços públicos, mas também podem manter a televisão apenas como aparelho receptor, sem possibilidades de interatividade, em um país em que 78,5% dos domicílios não têm acesso à rede mundial de computadores.
O SBTVD, a depender das definições do governo, pode desenvolver a indústria nacional e fazer com que deixemos de transferir para os países desenvolvidos as riquezas nacionais sob a forma de pagamento de royalties, mas também pode aprofundar o déficit comercial na balança de eletroeletrônicos, que chega a US$ 8 bilhões por ano.
JOGOS, TRAPAÇAS E A RELAÇÃO PROMÍSCUA ENTRE O MINISTRO DAS COMUNICAÇÕES E AS ORGANIZAÇÕES GLOBO
No dia 31 de janeiro, em audiência realizada na Câmara dos Deputados, em Brasília, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, defendeu abertamente os interesses do maior grupo de comunicação do país, as Organizações Globo. Segundo o ministro, o chamado “padrão japonês” (ISDB) é o melhor e mais apropriado para o Brasil. A mesma defesa, com os mesmos argumentos, é feita pela Rede Globo em documentos públicos. No Jornal Nacional do mesmo dia, em evidente orquestração, uma matéria sobre o assunto abordou a escolha do padrão japonês como algo inevitável, colocando as demais opções como não adequadas ao Brasil e ao seu futuro. Numa demonstração explícita de chantagem pública, o ministro afirmou que o presidente Lula está com “a bola na marca do pênalti e que a depender da escolha, pode fazer um golaço”. Como pano de fundo das frases de efeito de Hélio Costa estão os interesses privados da Globo e as eleições 2006. A sociedade precisa ter clareza dessa relação.
A Globo e seu mais dedicado ex-funcionário Hélio Costa tentam convencer a população de que a grande questão está na mobilidade e na portabilidade da TV Digital, ou seja, na possibilidade da TV ser transmitida para celulares e terminais em veículos em movimento. Com o discurso de que somente o padrão japonês atenderia a essas demandas, o que não é verdade, desvirtua as questões centrais envolvidas no tema e volta a colocar em debate a definição entre os três padrões (japonês, europeu e norte-americano), tentando retirar da pauta elementos desenvolvidos por diversos consórcios de pesquisa no país.
Não é aceitável que uma empresa que se beneficia comercialmente de uma concessão pública possa utilizar-se do alcance de sua emissora em todo território nacional para pautar a sociedade com informações distorcidas e mentirosas. Não é possível que a classe política, em nome de mais um mandato, se curve às chantagens editorializadas feitas por veículos de comunicação que, caso queiram, podem destruir a imagem de um candidato. Não é aceitável que o país perca mais uma chance para democratizar a comunicação, promover a sua diversidade cultural e incentivar o desenvolvimento do parque industrial nacional no setor que vem se constituindo como o mais importante da economia mundial. Não é aceitável que mais uma vez a sociedade seja alijada do processo de decisão sobre as questões relativas à comunicação, esfera da vida pública fundamental para a formação de valores e idéias, assim como para a circulação da produção cultural nacional.
É EM NOME DO INTERESSE PÚBLICO, DA DEMOCRACIA E DA TRANSPARÊNCIA QUE A SOCIEDADE EXIGE DO GOVERNO FEDERAL E DO CONGRESSO NACIONAL A DISCUSSÃO IMEDIATA DO TEMA DE MANEIRA AMPLA E TRANSPARENTE, COM PARTICIPAÇÃO ATIVA DA SOCIEDADE CIVIL ORGANIZADA, POR MEIO DE AUDIÊNCIAS E CONSULTAS PÚBLICAS, SEMINÁRIOS E O FUNCIONAMENTO EFETIVO DO COMITÊ CONSULTIVO. EXIGIMOS O ADIAMENTO IMEDIATO DE QUALQUER DEFINIÇÃO EM RELAÇÃO À TECNOLOGIA A SER ADOTADA, JÁ QUE, SOB O PRISMA DO INTERESSE PÚBLICO, NÃO HÁ QUALQUER MOTIVO JUSTIFICÁVEL PARA A PRESSA EM TAIS DECISÕES.
Sincerely,
assinaturas.
Assine essa petição.
Mande essa petição para um amigo.
9.2.06
Comunicação, Internet e Revolução
O Evaldo Shinji Kuniyoshi me perguntou ontem no Orkut, no tópico Virou moda agora falar mal das pessoas da comunidade Cibercultura, se
seria muita ingenuidade acreditar numa terceira opção (a la Pierre Levy)?: sistema inteligente e usuário inteligente, para fazer com as tecnologias disponíveis (pode ser até do Bill Gates e do Google) um coletivo que trabalhasse de modo sinérgico os sistemas de carbono? Ou estamos fadados a repetir indefinidadamente os processos de dominação e controle???
A primeira resposta que eu dei dizia que
Soa legal
Mas o fato é q se o sistema é inteligente, tipo o formigueiro, o usuário padrão deve ser burro como a formiga pro sistema funcionar bem. Um usuário inteligente ou se confunde com uma função do sistema, ou se transforma numa perturbação que deve ser eliminada. E a rede de TV é um sistema inteligente e impermeável, pois produz um usuário estúpido. Basta pensar na emergência do video cassete que permitia fazer da TV uma rede aberta interativa. Acabou sendo usado pra replay e reprodução. Como dizia McLuhan: o meio é a mensagem.
Sobre os sistemas centrados no usuário tem 2 artigos ótimos do Reed sobre isso:
SALTZER, J. H., REED, D. P. e CLARK, D. D. (1988) End-to-end arguments in system design, In: PARTRIDGE, C. (ed.) Innovations in Internetworking, Norwood, MA: Artech House, pp. 195-206.
SALTZER, J. H., REED, D. P. e CLARK, D. D. (1998) Comment on Active Networking and End-to-end Arguments, In: IEEECommunications Magazine, 12, 3, (Maio-Junho) pp. 69-71.
Depois da resposta fiquei pensando que podia parecer que eu considerava o que ele tinha dito ingenuidade ou bobagem. E não era nada disso. Pelo contrário. Ele
Não falou bobagem nenhuma
Fez uma pergunta ultra pertinente. De fato uma pergunta pra lá de importante. Na metafísica, quando se usa a hipótese deus o problema é exatamente este. Nas religiões de deus único esse problema tb está presente. Se o sistema é auto-suficiente pra que fazer elementos inteligentes? - se pergunta o pecador (e como professor em forum público devo falar a linguagem do "pecador"; a linguagem da ciência).
A turma da equivocidade transcendente, da hipótese relojoeiro cego, se compraz no conservadorismo. Se tudo é acaso e necessidade, e o acerto depende do acaso depurado por bilhões de anos de aleatoriedade, louco é quem quer mudar alguma coisa e acredita saber o valor da mudança. Melhor conservar o acerto bilionário, pois a evolução é imprevisível. O certo é eliminar as aberrações da aleatoriedade do sistema - eliminar o risco - para "melhorar" a obra da criação.
Mas o que Reed esta dizendo, ao apregoar uma rede centrada no usuário é o mesmo que os bem-aventurados do entendimento já diziam: não há diferença de escala entre sistema e usuário - o mundo é vontade de potência -; os melhores usuários inventam o sistema - o ser se diz numa só voz de tudo aquilo que dele se diz -; a maioria "medíocre" e conservadora se dilui na repetição do sistema - o eterno retorno é seletivo e só retorna o que tem potência para retornar, só retorna a diferença (Oswald de Andrade já dizia: a alegria é a prova dos nove do eterno retorno).
Claro que nenhuma destas "proposições" podem ser provadas cientificamente, e aí as brumas e o terror dos discipulos de Wittgenstein mandam todos calarem a bôca (o que não se pode falar deve se calar).
Mas não é pq uma imensa massa de "pecadores" prefere viver no ódio a deus (sistema) e ao mundo (multiplicidade) - ou seja, prefere viver no ressentimento - que os bem aventurados vão abdicar de viver amando a si, a deus e ao mundo ao mesmo tempo, independente do disparate científico disso. De fato o sistema "estúpido" é o paradoxo do deus bondoso que gera criaturas inteligentes; o paradoxo do deus que se realiza na realização do que existe e acontece.
O que não pode ser provado, pode ser entendido, tem sentido e fala.
E o diabo?
Nietzsche já ensinava: o diabo é o ócio de deus a cada 7 dias....
Evaldo dixit
li o segundo texto (é mais fácil de entender!). Eu respondí
O segundo texto
Vc tem razão em dizer q ele é mais claro.
No primeiro texto eles estão defendendo princípios de criação de sistema bastante inaceitáveis; recebidos de fato entre muxoxos e ceticismo. Foram "aceitos" pq ninguém acreditava na Internet como um sistema de uso pela massa; ele só devia ser usado por milicos, phds, técnicos de alto nível...
Mas Tim Berners-Lee inventou o www e a Internet "explodiu" em 1995.
O segundo texto é de 1998 e recolhe os acertos da decisão. Quando eles escreveram o primeiro esse princípio estava sob ataque e nada havia de forte que corroborasse essa decisão. Qdo escreveram o segundo o princípio estava sob ataque de novo - e hoje está sob o mais violento dos ataques - mas eles já tinham o www para corroborar o seu acerto, podiam falar com mais clareza e firmeza.
Evaldo again
Tenho um enorme interesse na formação de redes sociais. Eu respondí
Lei de Reed, Comunicação e Parceria
Tem 2 textos do Reed, científicos e importantes pra entender a Internet como lugar de produção de redes sociais. Reed é fera, e conseguiu regar a bem aventurança com matemática, de lambugem explicando matematicamente um velho axioma de Marx (o axioma q diz que a burguesia não pode se organizar no comércio sem organizar tb o trabalho q vai subjugar o capital - esse axioma é a base de todo otimismo revolucionário pois é o que dá "cientificidade" pra revolução).
A lei de construção de comunidade através de rede comunicacional é chamada "lei de Reed", em contraposição a lei de Sarnoff (o valor da rede comunicacional unidirecional é a quantidade de nós conectados, vulgo audiência), e a lei de Metcalfe (em uma rede de comunicação interativa o valor da rede é a quantidade de nós elevada ao quadrado - ou seja o valor da rede é o valor da oportunidade de interações/negócios - eu brinco q é a lei do B2B).
A lei de Reed reza q o valor de uma rede interativa de comunicação distribuída é 2 elevado ao número de nós, ou seja a parceria exponenciada pela oportunidade de agrupamento.
Pela lei de Metcalfe fundir redes aumenta a oportunidade de negócios - o seu valor comercial - pois 2 redes de 5 nós (5 elevado ao quadrado + 5 elevado ao quadrado=50) valem menos que uma rede de 10 nós (10 elevado ao quadrado=100). Mas o valor dos negócios não cresce sem fazer crescer tb o valor da cooperação, o P2P, o valor da construção de comunidades (2 elevados a 10=1024).
REED, D. P. (1999) Digital Strategy: Weapons of Math Destruction, In: Context Magazine, Chicago: Diamond Cluster International, n.º 3. (Spring)
REED, D. P. (1999a) That Sneaky Exponential – Beyond Metcalfe’s Law to the Power of Community Building, In: Context Magazine, Chicago: Diamond Cluster International, n.º 3. (Spring)
seria muita ingenuidade acreditar numa terceira opção (a la Pierre Levy)?: sistema inteligente e usuário inteligente, para fazer com as tecnologias disponíveis (pode ser até do Bill Gates e do Google) um coletivo que trabalhasse de modo sinérgico os sistemas de carbono? Ou estamos fadados a repetir indefinidadamente os processos de dominação e controle???
A primeira resposta que eu dei dizia que
Soa legal
Mas o fato é q se o sistema é inteligente, tipo o formigueiro, o usuário padrão deve ser burro como a formiga pro sistema funcionar bem. Um usuário inteligente ou se confunde com uma função do sistema, ou se transforma numa perturbação que deve ser eliminada. E a rede de TV é um sistema inteligente e impermeável, pois produz um usuário estúpido. Basta pensar na emergência do video cassete que permitia fazer da TV uma rede aberta interativa. Acabou sendo usado pra replay e reprodução. Como dizia McLuhan: o meio é a mensagem.
Sobre os sistemas centrados no usuário tem 2 artigos ótimos do Reed sobre isso:
SALTZER, J. H., REED, D. P. e CLARK, D. D. (1988) End-to-end arguments in system design, In: PARTRIDGE, C. (ed.) Innovations in Internetworking, Norwood, MA: Artech House, pp. 195-206.
SALTZER, J. H., REED, D. P. e CLARK, D. D. (1998) Comment on Active Networking and End-to-end Arguments, In: IEEECommunications Magazine, 12, 3, (Maio-Junho) pp. 69-71.
Depois da resposta fiquei pensando que podia parecer que eu considerava o que ele tinha dito ingenuidade ou bobagem. E não era nada disso. Pelo contrário. Ele
Não falou bobagem nenhuma
Fez uma pergunta ultra pertinente. De fato uma pergunta pra lá de importante. Na metafísica, quando se usa a hipótese deus o problema é exatamente este. Nas religiões de deus único esse problema tb está presente. Se o sistema é auto-suficiente pra que fazer elementos inteligentes? - se pergunta o pecador (e como professor em forum público devo falar a linguagem do "pecador"; a linguagem da ciência).
A turma da equivocidade transcendente, da hipótese relojoeiro cego, se compraz no conservadorismo. Se tudo é acaso e necessidade, e o acerto depende do acaso depurado por bilhões de anos de aleatoriedade, louco é quem quer mudar alguma coisa e acredita saber o valor da mudança. Melhor conservar o acerto bilionário, pois a evolução é imprevisível. O certo é eliminar as aberrações da aleatoriedade do sistema - eliminar o risco - para "melhorar" a obra da criação.
Mas o que Reed esta dizendo, ao apregoar uma rede centrada no usuário é o mesmo que os bem-aventurados do entendimento já diziam: não há diferença de escala entre sistema e usuário - o mundo é vontade de potência -; os melhores usuários inventam o sistema - o ser se diz numa só voz de tudo aquilo que dele se diz -; a maioria "medíocre" e conservadora se dilui na repetição do sistema - o eterno retorno é seletivo e só retorna o que tem potência para retornar, só retorna a diferença (Oswald de Andrade já dizia: a alegria é a prova dos nove do eterno retorno).
Claro que nenhuma destas "proposições" podem ser provadas cientificamente, e aí as brumas e o terror dos discipulos de Wittgenstein mandam todos calarem a bôca (o que não se pode falar deve se calar).
Mas não é pq uma imensa massa de "pecadores" prefere viver no ódio a deus (sistema) e ao mundo (multiplicidade) - ou seja, prefere viver no ressentimento - que os bem aventurados vão abdicar de viver amando a si, a deus e ao mundo ao mesmo tempo, independente do disparate científico disso. De fato o sistema "estúpido" é o paradoxo do deus bondoso que gera criaturas inteligentes; o paradoxo do deus que se realiza na realização do que existe e acontece.
O que não pode ser provado, pode ser entendido, tem sentido e fala.
E o diabo?
Nietzsche já ensinava: o diabo é o ócio de deus a cada 7 dias....
Evaldo dixit
li o segundo texto (é mais fácil de entender!). Eu respondí
O segundo texto
Vc tem razão em dizer q ele é mais claro.
No primeiro texto eles estão defendendo princípios de criação de sistema bastante inaceitáveis; recebidos de fato entre muxoxos e ceticismo. Foram "aceitos" pq ninguém acreditava na Internet como um sistema de uso pela massa; ele só devia ser usado por milicos, phds, técnicos de alto nível...
Mas Tim Berners-Lee inventou o www e a Internet "explodiu" em 1995.
O segundo texto é de 1998 e recolhe os acertos da decisão. Quando eles escreveram o primeiro esse princípio estava sob ataque e nada havia de forte que corroborasse essa decisão. Qdo escreveram o segundo o princípio estava sob ataque de novo - e hoje está sob o mais violento dos ataques - mas eles já tinham o www para corroborar o seu acerto, podiam falar com mais clareza e firmeza.
Evaldo again
Tenho um enorme interesse na formação de redes sociais. Eu respondí
Lei de Reed, Comunicação e Parceria
Tem 2 textos do Reed, científicos e importantes pra entender a Internet como lugar de produção de redes sociais. Reed é fera, e conseguiu regar a bem aventurança com matemática, de lambugem explicando matematicamente um velho axioma de Marx (o axioma q diz que a burguesia não pode se organizar no comércio sem organizar tb o trabalho q vai subjugar o capital - esse axioma é a base de todo otimismo revolucionário pois é o que dá "cientificidade" pra revolução).
A lei de construção de comunidade através de rede comunicacional é chamada "lei de Reed", em contraposição a lei de Sarnoff (o valor da rede comunicacional unidirecional é a quantidade de nós conectados, vulgo audiência), e a lei de Metcalfe (em uma rede de comunicação interativa o valor da rede é a quantidade de nós elevada ao quadrado - ou seja o valor da rede é o valor da oportunidade de interações/negócios - eu brinco q é a lei do B2B).
A lei de Reed reza q o valor de uma rede interativa de comunicação distribuída é 2 elevado ao número de nós, ou seja a parceria exponenciada pela oportunidade de agrupamento.
Pela lei de Metcalfe fundir redes aumenta a oportunidade de negócios - o seu valor comercial - pois 2 redes de 5 nós (5 elevado ao quadrado + 5 elevado ao quadrado=50) valem menos que uma rede de 10 nós (10 elevado ao quadrado=100). Mas o valor dos negócios não cresce sem fazer crescer tb o valor da cooperação, o P2P, o valor da construção de comunidades (2 elevados a 10=1024).
REED, D. P. (1999) Digital Strategy: Weapons of Math Destruction, In: Context Magazine, Chicago: Diamond Cluster International, n.º 3. (Spring)
REED, D. P. (1999a) That Sneaky Exponential – Beyond Metcalfe’s Law to the Power of Community Building, In: Context Magazine, Chicago: Diamond Cluster International, n.º 3. (Spring)
8.2.06
O Controle Como Dispositivo
Como descobrir e processar em um tempo finito onde está a informação q vc precisa num universo de informação "infinita"? No Idea - grupo de pesquisa da ECO/UFRJ - em 1998 o Paulo Vaz percebeu que o problema da informação ilimitada e inumerável era a geração desta distância cognitiva. Os motores de busca e a tecnologia dos agentes foram as respostas encontradas na Internet pra esse problema, gerando as empresas do virtual: empresas que descobrem, qualificam e promovem o enriquecimento de um universo qualquer de informação e conhecimento (Amazon, Ebay, Google, etc). O CiberIdea foi criado com o projeto que explorava as consequências da distância cognitiva na Comunicação.
Nas máquinas vivas de carbono o modo de selecionar são os canais de percepção e o sistema sensório-motor que liga o percebido a uma reação motora. O desenvolvimento da inteligência sobrecodificou esse sistema com sistemas semióticos que relacionam uma grande diversidade perceptiva aos conceitos, gerando o sistema simbólico como suporte do entendimento.
Supondo que o meio é a mensagem estamos nos convertendo em agentes para lidar com o universo cognitivo que estamos produzindo. A melhor das hipóteses, partindo desse pressuposto, supõem que somos ativos em um sistema estúpido que se deixa customizar. Na pior das hipóteses o sistema é inteligente e somos apenas terminais estúpidos, consumindo a informação que nos é destinada e reagindo a ela como programado - relógios processados por un relojoeiro cego. O controle como dispositivo de poder é a reunião da primeira e da segunda hipótese.
O dispositivo do controle
O contrôle operaria a partir da distância cognitiva. Como positividade ele vale pelo que produz. Ele constitui um sistema que permite 2 tipos de operações: você se constitui controlando as variáveis do sistema (sistema estúpido + usuário inteligente) ou o sistema controla todas as variáveis e te constitui como ele bem entende (sistema inteligente + usuário estúpido).
De fato isto não é uma alternativa mas uma oscilação permanente. O dilema próprio ao contrôle. Para poder controlar bem algo eu preciso descontrolar (se diz desregulamentar ou desregularizar) outro algo. E eu sofro o efeito da desregulamentação/descontrole.
Por isso o vício esta no cerne da compreensão do fenômeno, substituindo a velha noção de necessidade. Toda necessidade é vista como um vício, ou seja um problema de controle do sistema. Se o sistema usa o vício pra controlar, no modêlo sistema inteligente e terminal estúpido, o vício total implica descontrôle - o viciado se torna incontrolável. O que não quer dizer libertação do viciado, mas problema para o sistema que encontra um limite para a utilização de seus recursos. Burroughs é muito claro a esse respeito no Almoço Nú e continua sendo uma das melhores fontes para entender a montagem do dispositivo.
Ele permite repensar o modelo dos negócios pelo mercado da droga. A droga como mercadoria ideal, o vício como modelo ideal de comércio. Só para exemplificar Bill Gates viciou todo mundo em DOS e depois sintetizou a droga como Windows - o Windows como droga pesada, que nem a heroína. A primeira dose é sempre grátis...
Nas máquinas vivas de carbono o modo de selecionar são os canais de percepção e o sistema sensório-motor que liga o percebido a uma reação motora. O desenvolvimento da inteligência sobrecodificou esse sistema com sistemas semióticos que relacionam uma grande diversidade perceptiva aos conceitos, gerando o sistema simbólico como suporte do entendimento.
Supondo que o meio é a mensagem estamos nos convertendo em agentes para lidar com o universo cognitivo que estamos produzindo. A melhor das hipóteses, partindo desse pressuposto, supõem que somos ativos em um sistema estúpido que se deixa customizar. Na pior das hipóteses o sistema é inteligente e somos apenas terminais estúpidos, consumindo a informação que nos é destinada e reagindo a ela como programado - relógios processados por un relojoeiro cego. O controle como dispositivo de poder é a reunião da primeira e da segunda hipótese.
O dispositivo do controle
O contrôle operaria a partir da distância cognitiva. Como positividade ele vale pelo que produz. Ele constitui um sistema que permite 2 tipos de operações: você se constitui controlando as variáveis do sistema (sistema estúpido + usuário inteligente) ou o sistema controla todas as variáveis e te constitui como ele bem entende (sistema inteligente + usuário estúpido).
De fato isto não é uma alternativa mas uma oscilação permanente. O dilema próprio ao contrôle. Para poder controlar bem algo eu preciso descontrolar (se diz desregulamentar ou desregularizar) outro algo. E eu sofro o efeito da desregulamentação/descontrole.
Por isso o vício esta no cerne da compreensão do fenômeno, substituindo a velha noção de necessidade. Toda necessidade é vista como um vício, ou seja um problema de controle do sistema. Se o sistema usa o vício pra controlar, no modêlo sistema inteligente e terminal estúpido, o vício total implica descontrôle - o viciado se torna incontrolável. O que não quer dizer libertação do viciado, mas problema para o sistema que encontra um limite para a utilização de seus recursos. Burroughs é muito claro a esse respeito no Almoço Nú e continua sendo uma das melhores fontes para entender a montagem do dispositivo.
Ele permite repensar o modelo dos negócios pelo mercado da droga. A droga como mercadoria ideal, o vício como modelo ideal de comércio. Só para exemplificar Bill Gates viciou todo mundo em DOS e depois sintetizou a droga como Windows - o Windows como droga pesada, que nem a heroína. A primeira dose é sempre grátis...
Agentes na Política Brasileira
FHC engrossou o caldo do impeachment contra o Lula na entrevista pra Isto É quando disse que ou ele sabia do mensalão ou é incompetente pra exercer o cargo. Todo mundo sabe q ele e o Serra coordenam a campanha joga merda no PT usando o PFL como agente - no sentido usado abaixo -, ou laranjas como a nossa imprensa gosta de usar. O que o esta obrigando a se expôr é o apoio popular ao Lula, contra toda orquestração da mídia e da classe média locupletada. O artigo dele no globo, falando das eleições e convocando o início da campanha mostra o que está incomodando o PSDB. Nunca faltou a FHC a certeza do apoio da meia dúzia de famílias dominantes, mídia e classe média locupletada. Ele vendeu a telefonia brasileira pro atual presidente do seu partido, o PSDB, sem que se ouvisse qualquer muxoxo na mídia sobre corrupção. Mas algo deve estar fazendo a diferença agora. Eu acredito que essa diferença pode estar sendo feita pela comunicação distribuída, vulgo Internet, que o governo usa muito bem - não fosse o IBASE/ISER /Rits o inventor da criança em solo pátrio. O problema no Brasil é aferir a intensidade e o alcance da Internet. Eu estou tentando aprender como se faz isso aqui em Toronto, para, se os santos ajudarem, montar um lab na ECO. De qualquer modo alguma coisa esta fora de ordem na velha ordem brasileira pra obrigar o doutor Cardosa - como Larry Rohter do New York Times o chamou na reportagem Yes, Investors Panicked. But Brazil Didn't de 23 de maio de 1999, aludindo ao descarado apoio dado por ele e o PSDB às teles espanholas na privatização da telefonia brasileira - a agir e falar como o velho haciendero latino americano.
Burn, Baby, Burn
Estou escrevendo desde ontem turbinado pelo CD/Sampler Best of Bootie, dica do Boing Boing na nota 20 best mashups of '05. É só baixar, ouvir e queimar.
BTW
Os BOOTLEGGER LINKS do Best of Bootie são ducacete. Uma mina de ouro....
E...
A capa do CD é uma obra prima de CV, como os sampler do disco. Sente só a arte!
BTW
Os BOOTLEGGER LINKS do Best of Bootie são ducacete. Uma mina de ouro....
E...
A capa do CD é uma obra prima de CV, como os sampler do disco. Sente só a arte!
Videobomba: editor de video canal social e ferramenta de busca
Uma nova ferramenta para um dublê de vídeo, lista de reprodução e publicação foi desenvolvida pela Participatory Culture Foundation - o mesmo pessoal que nos deu o DTV - permitindo qualquer um fazer seu canal de televisão na Internet. O nome do treco está a altura da descoberta: Videobomba.Enquanto os regulamentadores conspiram para transformar a Internet em uma defunta TV, os desregulamentados fazem da Internet uma TV aberta com bilhões de canais!!! Leia + no Boing Boing.
6.2.06
Os Agentes e a Verdade na Comunicação Distribuída
Estaria o velhor ator social da modernidade se transformando? A noção de agente de rede parece ser algo além do funcionamento de um dispositivo de motor de busca amparado em um princípio geral de funcionamento de sistema de inteligência. A adoção dos agentes significou o abandono da idéia de inteligência individual auto suficiente adotada pela IA. Muitas inteligências limitadas mas capazes de se comunicar e aprender, centradas em uma missão, se revelavam um sistema de inteligência mais capaz e eficiente que o velho cérebro consciente individual. Com isso se resolvia ao mesmo tempo o problema de como localizar e processar uma informação em um sistema saturado de informação a cada momento. Mas resolver esse problema não significaria que o sujeito social se transformara, deixando de ser um ator e tornando-se um agente?
O mundo dos agentes
Nvídia está sendo acusada de contratar agentes online para criar dúzias de avatares em foruns online, onde eles ganham a confiança dos jogadores comentando assuntos não relacionados aos produtos Nvídia de modo a submergí-los em uma orgia de comentários sobre o material da Nvídia.
O forum de notícias do Penny-Arcade recebeu uma msg sobre marketing de guerrilha de um anônimo que dizia:
Eu fui entrevistado por um negócio de marketing de guerrilha em São Francisco que tinha como alvo as teias de foruns.
Me disseram que se eu aceitasse o trabalho, eu tinha de ter PELO MENOS 50 identidades na maior quantidade de foruns que eu pudesse (eles queriam de fato 100), com um objetivo de 5 mensagens publicadas por hora. As mensagens teriam de ser planejadas, e a idéia era de que eu estabelecesse múltiplas identidades com uma história nos foruns, de modo que quando a hora certa chegasse uma mensagem de marketing bem escrita e sutilmente relacionada fosse educadamente publicada. E os usuários regulares reconheceriam a mensagem como sendo de um velho e confiável freqüentador.
Leia o texto completo no Boing Boing.
A verdade dos agentes
O interessante nessa matéria para mim é a reiteração do funcionamento da verdade na Internet, ou seja, a transformação do sistema de reputação social. Como o próprio depoimento aponta, alguém precisa ter uma história de serviços prestados em um fórum (comunidade virtual) para dizer algo q seja considerado verdadeiro. O que faz dos avatares da Internet agentes sociais, ao invés dos velhos atores sociais da modernidade. Eles não tem um papel a desempenhar, mas uma missão a cumprir. Pode-se com razão dizer que é algo criminoso. Mas é um crime na perspectiva moderna do ator social que tem um papel e que deve o desempenhar verdadeiramente, sob o risco de ser acusado de fraude (171) quando identificado. A verdade das missões dos agentes é medida pelo seu sucesso e não pela identidade do agente ou pelo conteúdo transmitido.
O mundo dos agentes
Nvídia está sendo acusada de contratar agentes online para criar dúzias de avatares em foruns online, onde eles ganham a confiança dos jogadores comentando assuntos não relacionados aos produtos Nvídia de modo a submergí-los em uma orgia de comentários sobre o material da Nvídia.
O forum de notícias do Penny-Arcade recebeu uma msg sobre marketing de guerrilha de um anônimo que dizia:
Eu fui entrevistado por um negócio de marketing de guerrilha em São Francisco que tinha como alvo as teias de foruns.
Me disseram que se eu aceitasse o trabalho, eu tinha de ter PELO MENOS 50 identidades na maior quantidade de foruns que eu pudesse (eles queriam de fato 100), com um objetivo de 5 mensagens publicadas por hora. As mensagens teriam de ser planejadas, e a idéia era de que eu estabelecesse múltiplas identidades com uma história nos foruns, de modo que quando a hora certa chegasse uma mensagem de marketing bem escrita e sutilmente relacionada fosse educadamente publicada. E os usuários regulares reconheceriam a mensagem como sendo de um velho e confiável freqüentador.
Leia o texto completo no Boing Boing.
A verdade dos agentes
O interessante nessa matéria para mim é a reiteração do funcionamento da verdade na Internet, ou seja, a transformação do sistema de reputação social. Como o próprio depoimento aponta, alguém precisa ter uma história de serviços prestados em um fórum (comunidade virtual) para dizer algo q seja considerado verdadeiro. O que faz dos avatares da Internet agentes sociais, ao invés dos velhos atores sociais da modernidade. Eles não tem um papel a desempenhar, mas uma missão a cumprir. Pode-se com razão dizer que é algo criminoso. Mas é um crime na perspectiva moderna do ator social que tem um papel e que deve o desempenhar verdadeiramente, sob o risco de ser acusado de fraude (171) quando identificado. A verdade das missões dos agentes é medida pelo seu sucesso e não pela identidade do agente ou pelo conteúdo transmitido.
4.2.06
Notebooks vs. Celulares Divide WSIS 2005
Uma matéria do John Markoff publicada em 30 de janeiro no NYT anunciou o confronto entre o dono da Microsoft Bill Gates e o fundador da WIRED e diretor do laboratório de tecnologia de mídia do MIT Nicholas Negroponte sobre a solução para a divisão digital.
A "cura" da divisão digital
Gates diz q é o celular envenenado com MS e adaptado a TV e teclado. Negroponte quer laptop de US$100,00 envenenado com linux e conectando em rede mesh a US$50,00 ou US$24,00 o ponto de alta velocidade. Uma coisa é certa nessa conversa: a divisão digital é um divisor de águas para definir a tecnologia campeã no mundo globalizado. Como disse John Paul na Next Billion na matéria Um Telefone Celular por Criança? a verdadeira história talvez seja a de que dois times inovativos e bem patrocinados estão guiando um crescente pacote de competidores buscando levar os computadores para as massas.
Manivelas, Teclados e TVs
Existem críticas válidas para ambas alternativas. A crítica mais ácida ao projeto de Negroponte diz respeito à energia para fazer o laptop funcionar. Como Guy J. Kewney aponta na News Wireless Net, na matéria Faz um ano desde o PC de $100 do Negroponte, e Bill Gates tem uma idéia melhor, os chips da AMD não são famosos por ter um perfil de baixo consumo de energia, ao contrário dos chips da VIA Technologies. Essa escolha gerou o comentário de Kewney de que Negroponte não tem idéia melhor do que gerar a energia por manivela... Por outro lado o plano de Gates pressupõe ambientes com TV e teclado para o celular ser conectado através de dispositivos especiais. Isto esta longe de ser um padrão de equipamento para ser encontrado em ambientes de alta pobreza. Outros pontos criticados por Eric Bangeman na Ars Tecnica na matéria Alternativa da Microsoft para o US$100 laptop: o telefone celular foram a pobreza de definição dos monitores de TV, que dariam dor de cabeça nas crianças, e o uso do Windows Mobile que não é usado pelos celulares.
No WSIS 2005 na Tunísia a cara do laptop
A BBC antecipou a ação na matéria Design do Sub $100 laptop revelado. O Secretário Geral da ONU, Kofi Annan, apresentou junto com o Negroponte o protótipo do hundred dolar laptop ao público no WSIS (World Summit on the Information Society) na Tunísia. Tem 3 fotos do protótipo, 1 aqui, outra ali e outra acolá. Tem tb o comunicado ONU/MIT em inglês, árabe, francês e no original, todos em Real Player. Uma lista do que tem o laptop é reveladora:
500 MHz CPU e 4 USB portas
Tecnologia de redes sem fio e redes mesh
4 C - baterias de celular e uma manivela para gerar energia
Tela de 7 polegadas LED Magic Faerie Dust com definição de 640 por 480
128 megabytes de memória RAM e 512 megabytes de memória flash
Sistema Operacional Red Hat Linux
A crítica sobre a geração de energia não parece ser fora de propósito, ainda que Negroponte garanta que 1 minuto de geração manual garante 30 minutos de uso. Dificil imaginar crianças gerando a energia do laptop com a manivela, embora essa seja uma alternativa para quando não houver outra fonte de energia. O laptop foi apelidado carinhosamente de máquina verde pelo Media Lab do MIT. Charles Jade comenta na matéria US$100 laptop revelado da Ars Tecnica que Negroponte soa como uma criança dos 60 que viu muito Capitão Planeta nos 90. Mas acaba tocado pelo comentário de Negroponte de que em uma casa sem eletricidade ele será a luz mais brilhante da casa, a luz mais brilhante... Ele fecha o artigo exclamando: Brilhe, Sr. Negroponte, brilhe.
Diferença entre celular e laptop?
Independente da picuinha dos dois, continua válida a discussão que estão travando, afinal qual o futuro da comunicação em rede? O laptop ou o celular? Cada vez mais os dois possuem conteúdos similares. Por isso mesmo a questão não é o recheio, mas o meio e aquilo que ele capacita. Alguém arrisca um palpite da diferença entre os dois meios? Tenho muitas dúvidas sobre qual seria o verdadeiro pomo da discórdia...
A "cura" da divisão digital
Gates diz q é o celular envenenado com MS e adaptado a TV e teclado. Negroponte quer laptop de US$100,00 envenenado com linux e conectando em rede mesh a US$50,00 ou US$24,00 o ponto de alta velocidade. Uma coisa é certa nessa conversa: a divisão digital é um divisor de águas para definir a tecnologia campeã no mundo globalizado. Como disse John Paul na Next Billion na matéria Um Telefone Celular por Criança? a verdadeira história talvez seja a de que dois times inovativos e bem patrocinados estão guiando um crescente pacote de competidores buscando levar os computadores para as massas.
Manivelas, Teclados e TVs
Existem críticas válidas para ambas alternativas. A crítica mais ácida ao projeto de Negroponte diz respeito à energia para fazer o laptop funcionar. Como Guy J. Kewney aponta na News Wireless Net, na matéria Faz um ano desde o PC de $100 do Negroponte, e Bill Gates tem uma idéia melhor, os chips da AMD não são famosos por ter um perfil de baixo consumo de energia, ao contrário dos chips da VIA Technologies. Essa escolha gerou o comentário de Kewney de que Negroponte não tem idéia melhor do que gerar a energia por manivela... Por outro lado o plano de Gates pressupõe ambientes com TV e teclado para o celular ser conectado através de dispositivos especiais. Isto esta longe de ser um padrão de equipamento para ser encontrado em ambientes de alta pobreza. Outros pontos criticados por Eric Bangeman na Ars Tecnica na matéria Alternativa da Microsoft para o US$100 laptop: o telefone celular foram a pobreza de definição dos monitores de TV, que dariam dor de cabeça nas crianças, e o uso do Windows Mobile que não é usado pelos celulares.
No WSIS 2005 na Tunísia a cara do laptop
A BBC antecipou a ação na matéria Design do Sub $100 laptop revelado. O Secretário Geral da ONU, Kofi Annan, apresentou junto com o Negroponte o protótipo do hundred dolar laptop ao público no WSIS (World Summit on the Information Society) na Tunísia. Tem 3 fotos do protótipo, 1 aqui, outra ali e outra acolá. Tem tb o comunicado ONU/MIT em inglês, árabe, francês e no original, todos em Real Player. Uma lista do que tem o laptop é reveladora:
500 MHz CPU e 4 USB portas
Tecnologia de redes sem fio e redes mesh
4 C - baterias de celular e uma manivela para gerar energia
Tela de 7 polegadas LED Magic Faerie Dust com definição de 640 por 480
128 megabytes de memória RAM e 512 megabytes de memória flash
Sistema Operacional Red Hat Linux
A crítica sobre a geração de energia não parece ser fora de propósito, ainda que Negroponte garanta que 1 minuto de geração manual garante 30 minutos de uso. Dificil imaginar crianças gerando a energia do laptop com a manivela, embora essa seja uma alternativa para quando não houver outra fonte de energia. O laptop foi apelidado carinhosamente de máquina verde pelo Media Lab do MIT. Charles Jade comenta na matéria US$100 laptop revelado da Ars Tecnica que Negroponte soa como uma criança dos 60 que viu muito Capitão Planeta nos 90. Mas acaba tocado pelo comentário de Negroponte de que em uma casa sem eletricidade ele será a luz mais brilhante da casa, a luz mais brilhante... Ele fecha o artigo exclamando: Brilhe, Sr. Negroponte, brilhe.
Diferença entre celular e laptop?
Independente da picuinha dos dois, continua válida a discussão que estão travando, afinal qual o futuro da comunicação em rede? O laptop ou o celular? Cada vez mais os dois possuem conteúdos similares. Por isso mesmo a questão não é o recheio, mas o meio e aquilo que ele capacita. Alguém arrisca um palpite da diferença entre os dois meios? Tenho muitas dúvidas sobre qual seria o verdadeiro pomo da discórdia...