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11.5.17

A Rasura da Cova Rasa da Democracia Suástica


O empresário William Bonner abriu o JN dizendo que Lula havia sido acusado de "corrupção passiva" e "lavagem de dinheiro". A gente vai ouvir a fita e: SURPRISE! É o famigerado "TRIPLEX DE GUARUJÁ" apresentado marketeiramente de forma enviesada e canhestra. Um só e mesmo apartamento falso de R$ 195 mil reais - mais barato que um quarto e sala na Rocinha - "explica" os bilhões desviados da Petrobrás e responde pela única acusação que existe contra Lula pois a reforma do sítio do compadre em Atibaia e os dois "iates" de lata para pescar no laguinho do sítio sumiram. Mas nessa opção de compra de "unidade simples", com "rasura" "detectada pela polícia federal" no "número da unidade", se esconde toda a malignidade do "poderoso chefão" dos petralhas.

Engraçado que a rasura não incide no valor mas no número do apartamento. E nesta rasura estaria escondida a criminalidade que desviou bilhões da Petrobras. Mas nem que fosse um quadriplex ou um prédio inteiro em Guarujá - um piscinão de Ramos dos Jardins Paulistas - haveria qualquer equivalência entre a opção de compra e o dinheiro "lavado" na operação que desviou bilhões da Petrobrás. Talvez os milhões em dinheiro vivo que os Oderbrecht afirmam ter dado ao Lula - e que a polícia não consegue encontrar em parte alguma - tenham se escondido nesta suposta rasura apontada pela PF.

Aí nesta cova rasa da rasura pode estar enterrada a resposta para os suspiros eleitorais do compadre de Moro ao enterrar a possibilidade da candidatura de Lula à presidência; como na cassação de Juscelino que fez Lacerda suspirar e revirar os olhos. Mal sabia ele o que iria lhe acontecer logo depois. Juscelino também foi "torturado" durante meses, tendo de comparecer diante de um tribunal anti corrupção para responder perguntas tão estreitas quanto as do "triplex" e sua "rasura" policial.

Tudo, agora, afinado pela fina voz do juiz que não pode ver os mais de 100 bilhões roubados do BANESTADO no escândalo tucano da maxidesvalorização do Real após a reeleição de FHC, mas ganhou profunda cognição visual para penetrar nas entranhas desta rasura, dela retirando todos os bilhões suprimidos da Petrobrás travestidos de R$ 195 mil reais. Salta aos olhos mesmo do mais malicioso observador a pureza com que se arrasa nesta rasura o futuro eleitoral do Brasil enterrado nesta cova bem rasa do arbítrio e do preconceito da democracia suástica.

Existe aqui um claro problema de justiça e democracia que não se apaga com racionalizações. Quando se compara o ódio e a perseguição ao objeto concreto deste processo, uma suposta rasura de número de apartamento constante de quota comprada em empreendimento imobiliário que foi elevada a indício de "toda a roubalheira" da era Lula, salta mesmo ao mais isento olhar que a luta passa pela profunda injustiça de todo esse processo. Basta examinar um processo semelhante que humilhou e infernizou a vida de Juscelino meses a fio, culminando com sua cassação pelo mesmo crime de indesejada popularidade eleitoral. O processo é todo ele grotesco ancorado em preconceito e arbítrio. Se o populismo de Lula ameaça a democracia, o que dizer do arbítrio antidemocrático que vigora, destruindo os direitos mais elementares da população? Que democracia suástica é essa que nasce em Curitiba?

Desde o início a proposta correta racional e politicamente era a anulação da eleição por excesso de corrupção. Se não seguiu-se este caminho era porque os inconfessáveis arbítrios e incomensuráveis apetites não admitiam solução democrática. Vivemos três golpes - do ex governo, da sua oposição e do oportunismo do PMDB - todos se golpeando e nos golpeando em seu afã ditatorial.

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